Clichês de Hollywood
Após ser espancado violentamente por mais de cinco inimigos truculentos por mais de dois minutos, o mocinho sempre acaba revidando e vencendo a luta. Ou então, o lance final em um filme de esporte é sempre em câmera super lenta, com alguém suando em bicas e gritando, para no final, todos saberem que o time do protagonista vence. São clichês como estes que preenchem as exibições em salas de cinema e nos remetem diretamente para as produções de massa de Hollywood, a “fábrica de sonhos”. Não que todas as produções da terra do Tio Sam contem com tais situações já esperadas desde o início da exibição, mas grande parte dos filmes que poderiam caracterizar o ponto de vista reflexivo da sétima arte bombardeia os espectadores com clichês que, ora pregam o consumismo exacerbado, ora pregam campanhas políticas imperialistas e maniqueístas explicitas.
O problema não pára apenas no bombardeio de clichês, mas nas apologias ao status quo que a “telona” insiste em enfiar por garganta abaixo daqueles que a apreciam. E mais preocupante ainda é o uso da mídia cinematográfica como instrumento de desinformação; basta, para mim, citar como a política dos Estados Unidos, principalmente ao que concerne a intervenções militares, é sempre encarada pelo prisma heróico e onipotente, e problemas sociais e econômicos da África e Oriente Médio, por exemplo, beiram a caricatura. O filme “Salvador”, sob direção do hoje aclamado diretor Oliver Stone, é exemplo claro da preocupação norte-americana de “varrer para baixo do tapete” a sujeira do imperialismo maquiado. O filme, que narra a estória de um jornalista norte-americano enviado à El Salvador e que testemunha as atrocidades da guerra cometidas por ianques teve, na ocasião, de contar com auxílio financeiro britânico para a sua conclusão.
Mas há uma luz no fim do túnel, ou da projeção, como preferir. Alternativas pouco tradicionais de produções cinematográficas chegam para salvar-nos da ameaça massificadora. Um exemplo disso é o cinema iraniano, que a despeito das produções com mínguo recurso orçamentário - curiosamente não enriquecidas com urânio, tem lançado produções de alto cunho reflexivo. Faz-se valer aqui, o exemplo do filme “O balão Branco”, do produtor Jafar Panahi, que mesmo sem o recurso de cortes de continuidade, reflete sobre a importância da opinião infantil em face da realidade do mundo. Ou mesmo do cinema indiano, que foi agraciado com nada menos de oito premiações no Oscar deste ano, entre elas a de melhor filme e a de melhor diretor para o inglês Danny Boyle.
Fica clara, a meu ver, a necessidade de reflexão sobre as produções cinematográficas atuais, e a retomada de valores que impliquem na construção do pensamento crítico do telespectador. Isso não se limita a efeitos especiais estrondosos, sequências épicas já esperadas ou propaganda deslavada, mas sim de elementos que nos faça enxergar o que está acontecendo no mundo, mesmo que este seja simples e direto e se detenha na saga de uma pequena garota que acredita ser vital a compra de um peixinho dourado para a passagem de ano na tradição persa, e não uma linda atriz loira que entra, sem perspectivas intelectuais condizentes, em uma faculdade de direito de renome para se tornar a aluna número um da turma ou um vampiro vegetariano que se nega a beber sangue humano.
Após ser espancado violentamente por mais de cinco inimigos truculentos por mais de dois minutos, o mocinho sempre acaba revidando e vencendo a luta. Ou então, o lance final em um filme de esporte é sempre em câmera super lenta, com alguém suando em bicas e gritando, para no final, todos saberem que o time do protagonista vence. São clichês como estes que preenchem as exibições em salas de cinema e nos remetem diretamente para as produções de massa de Hollywood, a “fábrica de sonhos”. Não que todas as produções da terra do Tio Sam contem com tais situações já esperadas desde o início da exibição, mas grande parte dos filmes que poderiam caracterizar o ponto de vista reflexivo da sétima arte bombardeia os espectadores com clichês que, ora pregam o consumismo exacerbado, ora pregam campanhas políticas imperialistas e maniqueístas explicitas.
O problema não pára apenas no bombardeio de clichês, mas nas apologias ao status quo que a “telona” insiste em enfiar por garganta abaixo daqueles que a apreciam. E mais preocupante ainda é o uso da mídia cinematográfica como instrumento de desinformação; basta, para mim, citar como a política dos Estados Unidos, principalmente ao que concerne a intervenções militares, é sempre encarada pelo prisma heróico e onipotente, e problemas sociais e econômicos da África e Oriente Médio, por exemplo, beiram a caricatura. O filme “Salvador”, sob direção do hoje aclamado diretor Oliver Stone, é exemplo claro da preocupação norte-americana de “varrer para baixo do tapete” a sujeira do imperialismo maquiado. O filme, que narra a estória de um jornalista norte-americano enviado à El Salvador e que testemunha as atrocidades da guerra cometidas por ianques teve, na ocasião, de contar com auxílio financeiro britânico para a sua conclusão.
Mas há uma luz no fim do túnel, ou da projeção, como preferir. Alternativas pouco tradicionais de produções cinematográficas chegam para salvar-nos da ameaça massificadora. Um exemplo disso é o cinema iraniano, que a despeito das produções com mínguo recurso orçamentário - curiosamente não enriquecidas com urânio, tem lançado produções de alto cunho reflexivo. Faz-se valer aqui, o exemplo do filme “O balão Branco”, do produtor Jafar Panahi, que mesmo sem o recurso de cortes de continuidade, reflete sobre a importância da opinião infantil em face da realidade do mundo. Ou mesmo do cinema indiano, que foi agraciado com nada menos de oito premiações no Oscar deste ano, entre elas a de melhor filme e a de melhor diretor para o inglês Danny Boyle.
Fica clara, a meu ver, a necessidade de reflexão sobre as produções cinematográficas atuais, e a retomada de valores que impliquem na construção do pensamento crítico do telespectador. Isso não se limita a efeitos especiais estrondosos, sequências épicas já esperadas ou propaganda deslavada, mas sim de elementos que nos faça enxergar o que está acontecendo no mundo, mesmo que este seja simples e direto e se detenha na saga de uma pequena garota que acredita ser vital a compra de um peixinho dourado para a passagem de ano na tradição persa, e não uma linda atriz loira que entra, sem perspectivas intelectuais condizentes, em uma faculdade de direito de renome para se tornar a aluna número um da turma ou um vampiro vegetariano que se nega a beber sangue humano.
A propósito, o filme "Quem quer ser um milinário" é ótimo, eu adorei... hehehe
ResponderExcluirótimo texto :)
Isabela
Congratulations Teacher! You're an artist!Parabéns pelo blog.. os textos são ótimos! Um abraço.
ResponderExcluirMr. F.Passos