domingo, 11 de julho de 2010

Análise de Gari

No leito da rua, fio do meio fio
jaz o detrito, memórias de alguns.
O palito foi fálico no pirulito
A gora falido, sem eira na beira.

Vai o gari, limpa e recolhe, batuca a caçamba
Ao longe espia asfalto e céu
Juntos, fundidos, confuso horizonte
Da grande cidade; concreto e papel.

Olha o perigo na boca do lobo!
Nas sombras o salva o olho-de-gato
Sente nos pés a saudade do samba
Cuidado rapaz, olha o batente!

Faz o olho chorar, cinza cidade
A cinza cidade que faz cogitar
O oficio daquele que limpa a cidade
Se faz menos cinza quando há primavera.

Olha o sapato no fio.
Olha o lixo no chão.
Ah, essa tarde de outono!
Hoje a laje esquenta.

2 comentários:

  1. Fantasticamente simples e ao mesmo tempo cotidianamente fantástico!!

    ResponderExcluir
  2. Fantasticamente simples e ao mesmo tempo cotidianamente fantástico!!

    ResponderExcluir