terça-feira, 17 de outubro de 2017

Dissolução.


Dissolve e não coagula mais.
Sem rimas, apenas ira nas palavras.
Manhã escura de primavera mentirosa.
Não há fita que se prenda ao cabelo!

Flores do mal, flores mortas e secas,
torna o poeta albatroz de Baudelaire,
preso às suas inertes asas poéticas.
Não há flores na fita do cabelo!

Constrói-se e destrói-se mordazmente.
As cores vivas do desenho labial destilam a peçanha.
Sepulta-se no silêncio o momento ideal.
Já faz falta as flores no cabelo!

O sonhar desperta em pesadelo;
é fatal o desprezo.
Nem fita, nem flores; só desprezo.

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